quarta-feira, 23 de março de 2011

Dennis Carvalho



Da Wikipedia: "Foi casado com a atriz Bete Mendes, a psicóloga Maria Tereza Schimdt e as atrizes Christiane Torloni, Monique Alves, Ângela Figueiredo e Tássia Camargo. É pai de Leonardo Carvalho, ator de 30 anos, seu filho com Christiane, Tainá, 22, filha de Monique, e Luíza, 11, fruto da união com Deborah Evelyn, que pôs fim à longa lista de separações de Dênis."

Não é a toa que o maluco tem dois trocadilhos no nome.

terça-feira, 15 de março de 2011

Reforma Nominal Partidária

Nas últimas semanas começou um burburinho a respeito do equivalente brasileiro do Chinese Democracy, a reforma política. Uma comissão na Câmara dos Deputados e outra no Senado discutem propostas de mudanças que coloquem um pouco de ordem na democracia brasileira. E a comissão da câmara já começou bem, com a desistência da representante da gloriosa Famiglia Roriz, filmada em atos moralmente reprováveis.

Existem algumas propostas saudáveis como o financiamento público de campanha, que reduziria a troca de favores entre políticos em campanha e empresas com interesse em licitações futuras, e o voto em lista, que evidencia o partido, ou seja, as idéias que o candidato defende, e evita a imbecilidade do eleitor que vota em um nome sem saber o que ele vai fazer lá.

Mas tem um detalhe no qual ninguém pensou e que, se fosse reformado, ajudaria bastante o eleitor a saber o que o seu candidato pensa da vida: os nomes dos partidos. Os partidos mais importantes foram fundados há décadas e os nomes continuam os mesmos, remetendo a idéias que os membros nem lembram mais do que tratam.

As únicas excessões são os herdeiros da Arena, que praticam sucessivas plásticas em si mesmos pra ver se passam despercebidos. Os true-arenistas hoje em dia se reunem no PP, Partido Progressista. Já os que pularam fora do barco da ditadura no último segundo hoje se denominam, pra mostrar que política também pode ser feita com bom humor, Democratas.

O PP passou os últimos oito anos na base de apoio do governo Lula, o que envolveu grandes concessões de ambos os lados - especialmente, de cargos e dinheiro. Mas nós sabemos que, no fundo, eles gostariam de poder ser em público o que sempre foram. Portanto, o melhor a se fazer seria juntar os dois partidos em um novo, chamado PDB - Partido da Direita Brasileira. Isso resolveria ainda outro problema político nacional, a vergonha de se declarar de direita, expressa até pelo legítimo representante deste campo nas últimas eleições.

Do outro lado, o PMDB evoca no nome o Movimento Democrático Brasileiro, partido que fazia oposição à ditadura. À ditadura. Que acabou em 1985. Não é a toa que a grande referência ética do partido se recusa a aceitar a troca de nome até hoje e exibe uma ética meio estranha. Para adequar o partido aos novos tempos seria melhor para o eleitor que ele se chamasse PC - Partido dos Cargos, refletindo sua vocação governista - seja em que governo for. Aliás, analisando o nome "Movimento Democrático Brasileiro", ele até que é bem condizente com o PMDB atual, cujos "ideais" se movimentam de acordo com a democracia brasileira.

Mas mantendo a idéia do novo PC, fico em dúvida se ele não deveria se fundir com PTB e PDT. Enquanto o segundo foi fundado na redemocratização por Leonel Brizola pra "dar continuação" ao PTB de Getúlio Vargas, o primeiro foi fundado com o intuito de sacanear o Brizola, que teve que usar outra sigla. Enquanto o segundo não chegou a respirar perto do trabalhismo, o primeiro foi se inclinando pra direita aos poucos e hoje em dia tem entre suas estrelas Paulinho da Força, condenado por improbidade administrativa.

Para o mesmo caminho vai o PSB. Se por um lado é verdade que algum dos seus membros ainda deve saber o que é o socialismo defendido pelo partido, por outro o partido entrou de cabeça no troca-troca e tem ou já teve grandes líderes socialistas como Paulo Skaf, Ciro Gomes e Anthony Garotinho. Se estancasse o processo agora, o partido poderia trocar de nome para Partido de Esquerda Moderada, ou algo que o valha.

Já o PCdoB, por sua recém descoberta vocação para o esporte, poderia se chamar Partido Bandeirantes. Quer dizer, caso alguém ainda lembre de quando a Band era o saudoso Canal do Esporte. Se bem que, pelo que foi visto nos Jogos Pan-Americanos do Rio, o talento do partido pro lucro é maior. PESPN talvez teria um bom apelo com a juventude, outra área que o PCdoB domina como ninguém.

O PV é um dos casos mais curiosos, já que o partido tem um premissa bastante específica, a preservação do meio ambiente, mas os seus amigos não têm exatamente o mesmo ponto de vista. Caso a reforma eliminasse a doação privada para campanhas e os seus filiados fizessem uma força, o partido até poderia continuar com o mesmo nome. Caso contrário, poderia se fundir ao futuro PC com os outros partidos cuja ideologia ninguém sabe.

Sobre PSOL, PSTU e PCB, cabe uma pergunta: precisa três partidos? Tem mais diferença entre o PSOL e o PCB do que entre duas correntes do PSOL? De qualquer forma, o Partido Socialismo e Liberdade ganha um prêmio por coerência, já que os seus candidatos têm liberdade até de sabotar as campanhas uns dos outros. Minha sugestão é unir os três no PEB - Partido da Esquerda Brasileira, rival natural do PDB.

O caso do PPS é meio constragedor. "Partido Popular Socialista" soa como aqueles partidos únicos da União Soviética. Mas em pouco mais de 10 anos, o que era um desmembramento do PCB conseguiu se transformar em um sub-PSDB. Duvido que algum político tentando desenvolver um argumento coerente consiga dizer o nome completo desse partido sem rir. Caso tenha alguma necessidade de continuar existindo em separado, poderia se chamar Partido Popular Neoliberal, ou Impopular Neoliberal, sei lá.

Porque o neoliberal popular, todo mundo sabe, é mesmo o PSDB. Fundado em 88, não precisou nem 10 anos pra galera esquecer que o SD no meio vinha de Social Democracia. Por motivos óbvios, o nome que expressaria coerência para o eleitorado devia ser PNB - Partido do Neoliberalismo Brasileiro.

Por último, o que fazer com o partido que manda no país há 8 anos? O Partido dos Trabalhadores aguentou firme por mais ou menos (dependendo do ponto de vista) 20 anos fazendo jus ao nome. Aí o Lula encheu o saco de perder eleição e decidiu que patrão também era trabalhador, então o PT devia agradar a eles também. Mas claro, não dá pra agradar todo mundo o tempo todo e não precisa fazer muita força pra imaginar qual dos dois grupos geralmente leva a melhor. Nessa reforma nominal o PT viraria PTP - Partidos dos Trabalhadores e Patrões. Ou carregando na sinceridade, PPOQSPT, Partido dos Patrões e O Que Sobrar Pros Trabalhadores.

Ainda tem o PR, o PMN e mais uns 10 partidos pra renomear. Mas desses menores, alguns tem a ideologia mais definida, outros ninguém se importa, então eles podem ficar do jeito que tão. Nesse novo cenário de sinceridade partidária, eles finalmente vão ter a chance de mostrar a que vieram. E nos grandes, os filiados vão poder viver tranquilos sabendo que optaram por aquilo que diz na fachada do comitê ou no santinho, e que o eleitor entende o que eles pretendem fazer. Quer dizer, se é que a idéia era essa.




UPDATE: a piada sobre o MDB foi adicionada posteriormente pelo Titanic (o Nic Hck ali do lado).

quarta-feira, 9 de março de 2011

No Carnaval da Globo

Hoje é a quarta feira de cinzas. Quanto a mim, particularmente, estou seguindo a tradição do meu carnaval que é me divertir durante ele e me sentir realmente mal, por um motivo ou por outro, no final. Mas eu vou falar aqui de um lado mais conhecido de todos nós do carnaval, que é aquele vicariously vivido através da telinha da Globo: o carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro.

A opinião que eu vou expor aqui é provavelmente um pouco batida e pode parecer que eu estou falando o óbvio, porque estou mesmo, mas mesmo assim achei que podia valer a pena colocar a público algumas coisas. A exemplo da moça que virou hit na internet falando coisas pejorativas - mas um pouco incoerentes entre si - sobre o carnaval, quando vê eu também tenho os meus quinze minutos de fama.


A frase que eu achei icônica pra representar o espírito do carnaval do Rio foi proferida pela moça comentarista do carnaval na própria Rede Globo. Sem a menor intenção de ironia ela chamou atenção para o fato de que a dispersão é quando o pessoal aproveita para se divertir. Noutro momento, uma repórter elogiou uma determinada escola de samba exaltando a sua competência.

Os foliões aproveitam o momento da dispersão para se divertir. Claro, porque o resto do tempo eles estão participando de uma competição com regras rígidas, onde precisam demonstrar competência para cumprir um determinado papel. Esse é um carnaval onde ninguém pode sair da linha por um momento. Agora me expliquem de novo o que é carnaval, por que eu achava que era exatamente o oposto disso.

Não bastasse isso pra fazer do carnaval do Rio a coisa mais aborrecida do mundo, ainda existem os sambas enredo, que também têm as suas condições e pressupostos: Quanto à forma, o samba enredo é formado unicamente por frases invertidas para rimar com o verbo no final. A letra faz menções aleatórias a elementos do tema, sem nenhum nexo entre si. Por isso, segundo eu ouvi dizer, é chamado de samba enredo.

Quanto ao conteúdo, o tema de um samba enredo tem que ser, necessariamente, escolhido entre os conteúdos de algum livro de ciências, geografia ou história do ensino fundamental. Sendo assim, o samba pode ser sobre os povos indígenas brasileiros, sobre doenças causadas por protozoários ou, como foi o caso de uma escola que eu vi esse ano, sobre as teorias de Charles Darwin.

Não consigo pensar em um tema mais chato para um samba do que uma narrativa didática sobre a evolução das espécies. Até se pudesse haver humor, como é a tradição do samba, poderia ser bom, mas não: é absolutamente proibida qualquer ironia, qualquer trocadilho, qualquer malandragem. A palavra de ordem é exaltação de alguma coisa, e só. Queria ver o que pensaria hoje Noel Rosa, o malandro de Vila Isabel.


Quanto às fantasias e carros alegóricos, seja qual for o tema, a melhor forma de colocar em prática é retratá-lo de uma perspectiva histórica. Sendo assim, se o tema é X vamos ter X entre os egípcios, e aí são múmias, faraós, pirâmides, X entre os gregos, X medieval com castelo. Ou então animais, plantas, carro-tigre que abre a boca. Seja X o que for, no final vai dar na mesma coisa.

Não sei muito bem como terminar esse texto aqui. Só queria dizer ainda que não concordo com a crítica da moça do youtube à “festa em que tudo é permitido”. Lembrem de todos os sambas que falam sobre o valor desse momento breve de redenção para um povo que se fode tanto o ano inteiro. No carnaval, deixa a gente se divertir, e deixa os bêbados merecerem uma ambulância.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Trocando de pau pra pedra...

Estudando no curso de Jornalismo da UCPEL, eu faço alguns textos em aula dos quais eu não tenho vergonha. Como a proposta desse blog é ter de tudo, acho que vale colar uns aqui. Começa com esse resuminho das revoltas em países árabes que tão rolando esse ano, cujo título original era...

Novidades e revoluções árabes



Nesse começo de década, o mundo árabe, geralmente excluído do noticiário ocidental, voltou às manchetes das mídias tradicionais por força do seu povo e com a ajuda das novas mídias. Durante anos os governos destes países passaram quase despercebidos, pois não ofereciam uma ameaça à "estabilidade" do cenário internacional. Mas a frustração acumulada por anos de autoritarismo e corrupção mudou a história.

As revoltas começaram em Dezembro do ano passado na Tunísia, onde Mohamed Bouazizi, um vendedor ambulante, ateou fogo ao próprio corpo para protestar contra abusos policiais cometidos contra ele. A morte do vendedor levou a protestos que se espalharam pelo país e, em menos de um mês, derrubaram o governo de 23 anos do presidente Zine El Abidine Ben Ali.

O primeiro-ministro Mohamed Ghannouchi, aliado de Ben Ali, assumiu o controle do país e tentou formar um governo de transição com membros do governo e da oposição, mas os protestos continuaram, demandando o desmonte total do governo e do partido do ex-presidente. Tanto Ghannouchi quanto diversos ministros indicados por ele já renunciaram e a situação continua indefinida.

Em seguida, o foco do noticiário se moveu para o Egito, onde Hosni Mubarak governava por 30 anos. Começando no dia 25 de Janeiro, foram realizadas sucessivas manifestações por reformas políticas. Muitas das demandas foram atendidas, mas confrontos com apoiadores do presidente aumentaram a violência e o descontentamento da população levou milhões para as ruas.


















Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro e entregou o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas. O Conselho dissolveu o parlamento e anunciou a realização de eleições em Setembro, mas, como na Tunísia, os manifestantes continuam pedindo o fim imediato do governo, que ainda mantém pessoas ligadas a Mubarak.

Nos dois países, a Internet teve um papel sem precedentes na organização de movimentos políticos populares. Protestos foram organizados por grupos no Facebook, como o egípcio We Are All Khaled Said, criado em homenagem a um jovem que foi espancado e morto pela polícia em Junho de 2010. Em resposta, o governo egípcio, ainda com Mubarak, bloqueou Twitter e Facebook por vários dias no país inteiro.

Na Tunísia, algumas fontes afirmam que a maioria das manifestações foi organizada pelo Facebook. Vídeos da repressão policial foram publicados pelos manifestantes no Youtube e chamaram atenção do exterior, o que levou ao bloqueio de sites de vídeo. Após a queda de Ben Ali, o governo interino nomeou o blogueiro Slim Amamou como ministro da Juventude e do Esporte.

























O principal foco atual de tensões é a Líbia, do ditador Muammar Kaddafi. Excêntrico e pretensamente nacionalista, Kaddafi é o único dos governantes citados que já foi visto como vilão pelo mundo ocidental, inclusive com participação em atentados terroristas. Nos últimos anos ele vinha se reconciliando com os poderes ocidentais, assinando tratados de cooperação e abrindo o país para empresas multinacionais.

A revolta começou em 15 de Fevereiro com um pequeno protesto na cidade de Benghazi. A reação do governo desde o princípio tem sido bastante violenta e a oposição tenta tomar o poder no país aos poucos. No último dia 27 foi anunciada a formação de um Conselho Nacional para administrar as diversas cidades que não estão mais sob controle de Kaddafi.

Diversos outros países da região passam por turbulências, como Bahrein - que já teve o GP de Fórmula 1 da próxima temporada cancelado -, Iêmen, Jordânia e Irã. Introduzindo o uso da Internet em revoluções democráticas e tendo, ao mesmo tempo, diversas tribos, grupos religiosos e herdeiros de regimes ditatoriais disputando o poder, o mundo árabe agora balança entre ser a vanguarda do mundo ou cair novamente no conservadorismo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Grito Rock - Segundo dia


O ideal seria postar uma review do festival inteiro, mas, como eu só compareci no segundo dia (e saí antes das últimas bandas tocarem) e o pessoal que compareceu nos dois está contundido, aqui vai uma review parcial, com a minha visão também parcial dos fatos. A ver

Não sei se por emoção ou bebedeira, o Gordo (Alex Vaz, vocal e guitarra da Canastra Suja) resolveu se abraçar em mim e fazer um desabafo sobre tudo o que o festival Grito Rock significava para ele, a oportunidade dos músicos mostrarem o seu trabalho, pra que quem faz música com paixão possa fazer disso também o seu sustento. Me falou também do quanto ele e todo o mundo envolvido tinham suado para que aquilo tomasse forma. Sobre o evento, essa é a melhor definição que eu posso dar.

Eu estava de saída, para comer alguma coisa e voltar para casa, mas o Gordo insistiu pra que eu ouvisse pelo menos uma música da banda que ia começar, então fiquei mais um pouco. Seis horas antes, eu estava estacionando o carro no quadrado para ver qual é que era do tal Grito Rock, apesar de já ter perdido o primeiro dia do festival. Vou tentar passar aqui as minhas impressões:

A primeira banda cujo nome estava no cartaz foi a Plug 3 que, como bem lembrado pela Alice (famosa irmã do Porco) é autora do hit “Sou Yeda de Novo”, que arrecadou para a candidata tucana a intenção de voto de milhares de pessoas sem idade legal para votar. Começou a primeira música, que dizia algo como “essa canção vai tocar seu coração” e daí vocês podem imaginar que eles tocaram meu coração por um período que parecia que não ia terminar nunca.

Mas essa banda eu assisti por um erro de cálculo, posto que a minha intenção era chegar na hora do show dos Mascates, que eu já tinha visto uma vez, no João Gilberto, e que tinha gostado. Os caras são uma gurizada nova mostrando que nem toda essa geração está perdida. A banda faz uma mistura de influências boas: em um momento é puro Strokes, em outro é um instrumental de Arctic Monkeys com vocal de Los Hermanos, e no meio disso faz referências fortes de música popular brasileira.


A coisa mais comum é acusar bandas novas de serem cópias de Los Hermanos, afinal de contas, os barbudos inauguraram o rock moderno misturado com música popular no Brasil, e então qualquer banda que continua nessa linha é chamada de cópia. Eu acho isso um erro. O som dos Mascates é uma mistura do que os caras escutam, mas e quando é que não é? Como diz o vocal Pedro Laguna numa das músicas deles: “Não descarto a influência. Não disfarço quem eu sou”.

Mas em matéria de originalidade acho que quem mais chamou a atenção foi a banda seguinte: os Meigos, Vulgos e Malvados. Eles misturam influências e estilos de uma forma que fica difícil definir o que eles estão fazendo, e eu não digo isso num mau sentido. O discurso da vocalista, contra os padrões de beleza impostos pela sociedade, perdeu efetividade pelo fato dela própria ser uma gordinha, mas isso na verdade serve para mostrar que o que ela diz tem razão.

“Gabi vai tocar” - ouviu-se a frase conhecida no Quadrado, e logo estava no palco a Gru, banda da Gabi Lima, que tem um talento para fazer músicas extremamente pop que, ainda assim, não dão vontade de vomitar (o que é um grande mérito). Segundo alguém me disse, o guitarrista do power trio era vocal da Superguidis. Uma coisa que se destaca também são as pequenas falas da Gabi durante o show, cativantes. Acho que a convivência com a Fernanda Takai aumenta o nível de açúcar no sangue de uma pessoa.

Eis que chega o momento mais esperado do dia: uma das esparsas reuniões do grupo clássico do rock clássico pelotense, a Psico Say Canniggia. Sem dúvida foi a apresentação com maior público do dia. Surgiu gente não sei de onde para assistir. Os caras realmente são muito bons, e todo o mundo sabe.


Mas logo no início do show se viu que a Psico não estava no seu dia. O baterista da banda, que sempre deu show não só com o som, mas com toda uma performance corporal e facial que era ótima de ficar olhando, tinha se passado na bebida e não estava no seu melhor. A guitarra do Bocão desconectava e ele continuava tocando, sem perceber. Eu nem diria isso por mim mesmo, porque não sou bom em avaliar essas coisas, mas a opinião geral que ouvi foi que a Psico fez fiasco. Os caras, é claro, souberam levar tudo isso numa boa.

Numa noite dessas, sentado em algum meio-fio da zona do Porto, o Bocão brincou que andava tentando fazer um som moderno, escutando Radiohead, mas o pessoal ouvia e dizia que lembrava Led. O Grito Rock passou uma impressão de decaída do velho e ascensão do novo. Tá certo que os Strokes eram novidade há dez anos, e os Arctic Monkeys há cinco, mas se o pessoal da nova geração continuar aprendendo a transformar o que escuta em algo novo, acho que o nosso rock local pode ter um futuro massa.